Hamlet


Ainda atormentado pela morte do pai, o príncipe Hamlet se vê em um dilema após a exigência de vingança feita pelo fantasma do morto. Ele descobre que os traidores foram seu tio Claudio - irmão do rei - e sua própria mãe, a rainha Gertrudes. Mas como passar da consciência à ação? Antes de executar sua vingança, o príncipe deverá lidar com a angústia imposta por um destino impiedoso.









Hamlet

(Hamlet, II.ii)
Que obra-prima, o homem! Quão nobre pela razão!
Quão infinito pelas faculdades! Como é significativo e
admirável na forma e nos movimentos!
Nos atos quão semelhante aos anjos! Na apreensão,
como se aproxima aos deuses, adorno do mundo,
modelo das criaturas! No entanto, que é para mim
essa quintessência de pó? Os homens não me proporcionam prazer;
sim, nem as mulheres, apesar de vosso sorriso querer insinuar o contrário.

III.i
Ser ou não ser... Eis a questão. Que é mais Nobre para a alma: suportar os dardos
E arremessos do fado sempre adverso,
Ou armar-se contra um mar de desaventuras
E dar-lhes fim tentando resistir-lhes?

Ofélia
(Hamlet, II.i)
Estava a costurar no quarto, quando,
Descomposto, me surge lorde Hamlet,
Gibão aberto, sem chapéu, as meias
Caídas nos artelhos, e tão branco
Quanto a camisa; os joelhos lhe tremiam;
O olho, tão cheio de piedade, como
Vindo do inferno para relatar-me
Os eternos horrores.

III.i
Que nobre inteligência assim perdida!
O olho do cortesão, a língua e o braço
Do sábio e do guerreiro, a mais florida
Esperança do estado, o próprio exemplo
Da educação, o espelho da elegância,
O alvo dos descontentes, tudo em nada!
E eu, a mais desgraçada das mulheres,
Que saboreei o mel de suas juras
Musicais, ter de ver essa admirável
Razão perder o som, qual sino velho,
Essa flor sem par, a flor da idade,
Fadada pela insânia! Oh dor sem fim!
Ter já visto o que vi, e vê-lo assim!

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